quarta-feira, 25 de março de 2009



A fêmea suína é poliéstrica anual, tem a duração aproximada de 21 d (dias), com variação entre 17-25 d. O processo de recrutamento da população de folículos ovulatórios inicia-se com o declínio nas concentrações plasmáticas de progesterona que caracterizam o final da fase luteal do ciclo estral, embora o sinal endócrino específico para este recrutamento ainda permaneça desconhecido (Bortolozzo, 1993). O recrutamento ocorre por volta do 14º a 16º d, durante a fase
luteal do ciclo estral. Os folículos aptos para recrutamento apresentam 1-6 mm de diâmetro. Não havendo recrutamento, estes folículos tornam-se atrésicos, sendo substituídos por folículos menores da próxima onda de crescimento. O crescimento folicular em porcas inicia-se já com 6 h após o desmame, o qual é refletido pelas rápidas alterações nas concentrações de esteróides (Viana, 1998).
Durante as fases de pró-estro e estro (fase folicular), cerca de 10-20 folículos aproximam-se do tamanho pré-ovulatório, que seria de 8-11mm (Soede et al., 1995; Waberski et al., 1994;Viana, 1998).
A ovulação ocorre a partir de um pico de LH, o qual promove alterações funcionais e estruturais na parede folicular, o que leva a um aumento na pressão intra-folicular, desencadeando o processo de ovulação. Logo após a ovulação, há a formação do corpo hemorrágico devido à existência de uma cavidade central repleta de sangue. Dentro de 6-8 d, forma-se o corpo lúteo (CL), uma massa sólida de células luteinizadas, com diâmetro geral de 8 - 11 mm. Não havendo
fecundação, haverá formação do corpo albicans (Hafez, 1995).
Em geral, a ovulação ocorre no terço final do estro, entre 36-40 h após o pico pré-ovulatório de LH (Hafez, 1995; Soede & Kemp, 1993 a, b; 1994), o que representa aproximadamente 40-42 h após o início do RTM (reflexo de tolerância ao macho) (Bortolozzo, 1993). No entanto, Weitze & Waberski (1994) relatam a presença de fêmeas ovuladoras precoces e fêmeas ovuladoras tardias, sendo que estas duas categorias de fêmeas podem representar, segundo estes autores,
aproximadamente 18%, chegando a 40% do rebanho. Este comportamento seria independente do IDE (intervalo desmame estro) e da DE (duração do estro) (Castagna, 2001). Em suínos, nem todos os folículos ovulam simultaneamente. A ovulação dura, em média, de 2 a 7 h (Soede & Kemp; 1993, a, b; 1994, 1995).
É importante considerar que a fêmea suína ovula no início do terço final do estro, independentemente da duração do estro (Waberski et al., 1994; Soede et al., 1995ab; Heck et al, 1997; Vianna, 1998, 2001). Uma vez que a duração do estro é variável e, normalmente, não é conhecida, pois somente é detectado o momento inicial da manifestação de estro, a determinação do momento da ovulação, em condições de rotina, é estimada através das associações entre a
duração do estro e o intervalo desmame-estro (IDE). Considerando que a estimativa do momento da ovulação é fundamental para a eficiência de programas de IA, uma das alternativas para a determinação de protocolos de IA em uma granja seria a utilização do chamado perfil estral.

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