quarta-feira, 25 de março de 2009

Diagnostico do cio e manejo da cobertura. Tarefas importantes na criacao.

O reconhecimento dos sinais do cio para escolha
do momento mais adequado do acasalamento
é uma tarefa prioritária na criação de suínos
pois influencia diretamente a taxa de prenhez,
o tamanho de leitegada e, consequentemente,
a eficiência reprodutiva do plantel. O auxílio
do macho nesta tarefa é fundamental – afinal,
por natureza ele sabe detactar uma porca em
cio melhor que qualquer pessoa. Paralelamente,
cuidados de higiene e no manejo dos animais
durante a cobertura contribuem para assegurar
resultado satisfatório na atividade reprodutiva.
Não obstante a importância dos assuntos abordados
neste artigo, o tema da eficiência reprodutiva
na criação de suínos não está esgotado.
Muitos outros fatores concorrem para o resultado
final da reprodução, ou seja, estabelecimento
da prenhez e nascimento de grande número de
leitões. Dada a extensão do assunto, pontos
relacionados com a fertilidade do macho e da
fêmea serãoabordados em

http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/sudi011.pdf




Diagnóstico da ovulação por ultra-sonografia

Até pouco tempo, não era possível diagnosticar o momento da ovulação com precisão, pois os métodos utilizados baseavam-se em níveis hormonais ou indução da ovulação com hormônios exógenos (Viana, 1998). Atualmente, há maior precisão no processo de diagnóstico da ovulação, com a utilização da ultrasonografia em tempo real, a qual não provoca estresse, nem danos físicos ao animal nem ao examinador.
A técnica de exame ultra-sonográfico vem sendo utilizada, na industria suinícola, desde a década de 50, quando pesquisadores avaliaram a condição de carcaça em suínos vivos, comparando a acurácia do exame de ultra-sonografia em animal vivos, com o método de sonda de metal, até então utilizado para medir a condição da carcaça de animais vivos (Moeller; 2002).
As primeiras técnicas de ultra-sonografia utilizadas em suínos foram o Doppler e o Modo A, para diagnóstico precoce da gestação. A técnica de ultrasom por imagem em tempo real (ultra-sonografia) começou a ser utilizada, inicialmente, para diagnóstico de gestação (Viana, 1998, 2001a, b), e, posteriormente, para exame dos ovários para o diagnóstico de ovulação (Weitze
et al., 1989, 1994; Waberski et al., 1994; Soede et al.,1993a, b, 1994, 1995a, b, 1996), bem como a duração da ovulação (Soede et al., 1992; Soede & Kemp, 1993a; Viana, 1998, 2001; Alvarenga et al, 2003a, b), além de patologias do trato genital (Viana, 1998, 2001a, b, c).
O exame ultra-sonográfico para o diagnóstico de gestação e monitoramento da condição ovariana em suínos pode ser realizado pelas técnicas trans-cutânea e trans-retal (Soede & Kemp, 1993). A técnica trans-retal é considerada como o método de eleição, pois a técnica trans-cutânea requer muita prática, apresentando resultados satisfatórios a partir de 2.000 exames, enquanto
que na técnica trans-retal seria possível atingir resultados precisos com apenas 50 a 100 exames, além de propiciar uma imagem clara e nítida dos ovários (Nissen et al., 1995). No entanto, existem relatos (Viana, 1998, 2001) de que, com a técnica trans-cutânea, bastariam apenas aproximadamente 50 exames para a obtenção de resultados satisfatórios, desde que o examinador esteja familiarizado com a técnica de ultra-sonografia e conheça a anatomia da região a ser examinada.
No exame pela técnica trans-cutânea, os ovários se localizam na posição dorso-cranial, em relação ao joelho (articulação femuro-tíbio-patelar), alguns centímetros abaixo do íleo. Portanto, o transdutor é colocado logo acima do úbere e direcionado para cima. Na imagem no monitor, os ovários aparecem cranialmente, ao lado da bexiga, a qual serve de referência para a sua localização (Soede et al., 1993a, b, 1994, 1995). Na técnica trans-retal, o transdutor é guiado pela mão do operador através do reto. O reto deve ser limpo, antes da introdução do transdutor, pois as fezes atrapalham a visualização das imagens (Soede et al. 1992, 1993a, b, 1994, Viana, 1998, 2001). O exame é realizado com a mão do operador protegida por luva lubrificada, com a bexiga servindo como ponto de referência. Os ovários são visualizados completamente, 30 a 40 cm cranialmente, em relação ao ânus, e ventralmente, em relação ao reto. No entanto, esta técnica tem como desvantagem à dificuldade no exame de fêmeas nulíparas e algumas fêmeas de
baixa ordem de parto, em função de apresentarem a pélvis muito estreita (Soede et al., 1993a, b).
No exame ultra-sonográfico, os folículos ovarianos se apresentam como estruturas com aparência não ecogênica, devido ao seu conteúdo de líquido folicular. Na maioria das vezes, os folículos são numerosos, estando visíveis a partir do pró-estro, e apresentando diâmetro entre 4 a 11 mm. No entanto, com corpos lúteos, corpos hemorrágicos, grandes vasos sangüíneos e cistos
ovarianos podem ser confundidos com os folículos, presentes nas regiões adjacentes aos ovários por pessoas que não estão familiarizadas a fazer esse tipo de exames. (Weitze et al., 1989; Soede et al., 1993a, b, 1994, 1995).

No monitoramento da dinâmica folicular e da ovulação, através da ultra-sonografia, Nissen et al. (1995) detectaram folículos, no início do estro, com diâmetro de 4 a 6 mm e alcançando um tamanho máximo de 7 a 10 mm, no qual permaneciam por aproximadamente 24 h até a ovulação. No entanto, segundo Weitze et al. (1989), logo após a ovulação, um pequeno conteúdo de sangue indicaria a presença de corpos hemorrágicos, os quais não são tão tensos quanto
os folículos pré-ovulatório e, conseqüentemente, não são definidos tão claramente
nas imagens.

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